O ensino de história no Brasil como disciplina curricular oficial surge a partir do século XIX. Sofreu várias transformações até o presente momento, principalmente com a transição de sistemas políticos. Em vários momentos tornou-se alvo de inquietações sobre a sua narrativa. Um exemplo ocorreu com a instauração da República (1889), quando a historiografia oficial passa a considerar alguns personagens como “heróis da pátria”. Outros exemplos foram a negligência quanto ao autoritarismo do período militar (1964-1985); quanto ao racismo estrutural; quanto ao etnocentrismo que desvalorizou as culturas africana e indígena, etc. Atualmente há um esforço entre historiadores para superar estas questões.
Um caminho está em responder por que se estuda a história. No livro “Apologia a História e o Ofício do Historiador”, Marc Bloch traz o porquê de se estudar essa ciência, pontuando que a história é a ciência que estuda o homem no tempo. Hoje pretende-se relacionar a história com os problemas do presente; pretende-se também buscar soluções para os problemas sociais compreendendo a relação necessária entre o passado e o presente.
Assim, de um papel de construção de identidade "patriota", marcada por personagens heroicos, passamos para uma concepção crítica dessa identidade que procura compreender nossa formação plural. Os direitos humanos, o combate ao racismo e a cultura indígena são alguns dos temas que vêm sendo abordados nas salas de aula, no sentido de se pensar um país diverso, pluricultural e verdadeiramente democrático.
Dentro dessa perspectiva, o curso de História da UFTM, acredita que:
É necessária uma formação que não dissocie ensino e pesquisa e forme o historiador como profissional capaz de atuar em todos os campos profissionais onde se exija a construção do conhecimento histórico – aí incluído o magistério – e a articulação entre os diferentes níveis de ensino, de modo a garantir a necessária adequação da formação do professor (UFTM, 2010, p. 28).
O curso tem a ideia de que o professor é mais que um mero reprodutor de conhecimento, mas um pesquisador ativo do conhecimento histórico “buscando, por exemplo, na realidade dos alunos, a experiência, historicizando os conflitos, mostrando que os estudantes são sujeitos ativos e não passivos da história, que estão inseridos nesse debate e podem mudar e transformar a sua realidade” (UFTM, 2010, p. 28).
Assim, nessa perspectiva, iniciamos aqui esse espaço que contemplará as diversas ações do pilar Ensino desenvolvidas no curso. As Práticas como componente curricular (PCC), os Estágios Supervisionados e Programas Institucionais (PIBID, Residência Pedagógica, PET), além de outros projetos produzem constantemente um rico material que pode apoiar e fortalecer o ensino de História. Venha acompanhar e contribuir nesse projeto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BLOCH, Marc. Apologia a História, ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.
UFTM. Projeto Pedagógico Curso de Graduação em História – Licenciatura. Uberaba: UFTM, 2010.
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