Nas últimas décadas, o uso das novas tecnologias da informação tem se tornado cada vez mais frequente no campo educacional.
É importante que o professor utilize recursos que possam contribuir no processo de ensino-aprendizagem. No âmbito da disciplina de história, as mídias digitais contemporâneas têm auxiliado no desenvolvimento da chamada “História Pública”.
Compreender o conceito de história pública, pode-se ressaltar o que Miriam Hermeto definiu como uma “história na qual a ideia de ‘autoridade compartilhada’ é fundamental, reconhecendo a importância do papel do público em sua construção” (Hermeto, 2018, p. 153). O conceito de autoridade compartilhada faz compreender que o aluno tem sua importância na aprendizagem e que o professor não é o conhecedor supremo dentro do espaço escolar.
Segundo Sara Albieri:
A expressão “história pública” pode ser entendida de várias maneiras. De imediato, ela evoca a ideia de acesso irrestrito, isto é, de um conhecimento histórico franqueado a todos. Especialmente em nossos dias, entende-se que clausuras serão abertas e que informações, antes censuradas ou veladas, doravante ocuparão espaços de domínio público. (ALBIERI, 2011, p. 19)
Nesse contexto, pode-se afirmar que hoje há uma concorrência do meio virtual com o atual ensino que é praticado em sala de aula. Plataformas de streaming como YouTube, Instagram, Facebook, Spotify, Diezzer dentre outras, são cada vez mais consumidas por crianças e adolescentes, e muitas vezes podem não trazer o rigor científico historiográfico que o ensino de história em sala de aula oferece. Assim como acrescenta os professores Marcos Sorrilha e Cláudia Bovo em seu artigo “História pública e virtualidade: experiências de aprendizagem híbrida no ensino de História”:
Em recente pesquisa realizada pela Google sobre o uso de sua plataforma de streamings de vídeos, o Youtube, quando questionados sobre quem são as pessoas que mais influenciam suas opiniões, nenhum dos usuários da rede social mencionou a figura do docente ou de instituições de ensino.” (PINHEIRO & BOVO, 2019, p. 114).
Compreendemos assim que, a construção e contribuição das mídias e tecnologias, podem e devem ser usadas e exploradas pelos profissionais da educação, com base nas experiências do artigo citado, na inteiração e desenvolvimento de materiais que podem gerar excelentes atividades e trabalhos no ensino básico.
Nesse espaço, compartilhamos uma atividade relacionada à História Pública, desenvolvida pela docente Drª Anelise Martinelli Borges de Oliveira, juntamente com os alunos da disciplina Didática da História, do curso de história da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Trata-se de um canal no Youtube, denominado “A Didática da História”. Segundo consta na página do canal, o objetivo é difundir o conhecimento histórico, trazendo “discussões acessíveis a toda população, sem perder, contudo, a essência da ciência histórica.” No canal encontram-se Podcast’s e conteúdos audiovisuais que abordam diferentes disciplinas como História Antiga, Medieval, Moderna, Contemporânea, Brasil- Colonial/Imperial/Republicano e América Colonial.
Vejam os vídeos e podcast’s abaixo:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
· BOVO, C. PINHEIRO, M. S. História pública e virtualidade: experiências de aprendizagem híbrida no ensino de história. In: História Hoje. Revista de Ensino de História. São Paulo: Associação Nacional de História (ANPUH), v. 8, n. 15, 2019. (Disponível em https://rhhj.anpuh.org/RHHJ/article/view/567), Acesso em: 16/12/2020;
· ALBIERI, Sara. História pública e consciência histórica. In: ALMEIDA, Juniele R. de; ROVAI, Marta G. de Oliveira (org.). Introdução à História Pública. São Paulo: Letra e Voz, 2011. p. 19-28.
· HERMETO, Miriam Hermeto. Podem os palcos ser lugares de história pública? In: MAUAD, Ana Maria; SANTHIAGO, Ricardo; BORGES, Viviane Trindade (org.). Que história pública queremos? / What public do we want?. São Paulo: Letra e Voz, 2018. p. 153-168.
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